sábado, maio 07, 2011

O meu principezinho.





Lembro-me do primeiro livro que ganhei, ainda cedo, aos três anos de idade. Tomei tanto gosto que quis logo aprender a ler. Ganhar um livro era o melhor presente que poderiam me dar e, observando, não sei por que pus esse verbo no passado (mais que perfeito), sendo que este costume permanece intacto.
No fundamental, o período de ida à biblioteca era sempre o mais esperado durante a semana. Lembro de cada livro lido e guardo na memória as personagens mais marcantes. Aliás, como esquecer de Rosa Maria ou de Prometeu? Ou de como os livros de Pedro Bandeira me emocionavam? Através de biografias, conheci Cleopatra, Joana d'Arc e Martin Luther King. Cheguei até a encarar a dura jornada de atravessar o purgatório e o inferno, para assim chegar ao paraíso. Sem jamais esquecer de mencionar todos os sonhos de uma noite de verão! Tudo isso através da literatura! 
Contudo, dentre tantos, um ganhou-me de uma forma (linda e) única: Le Petit Prince, de Antoine de Saint-Exupéry, lido a primeira vez aos (quatro ou) cinco anos. Para mim, todo humano que se preze deveria lê-lo, gostando ou não de literatura. Melhor! Deveria ser leitura obrigatória, quem sabe assim os adultos não deixariam morrer a essência tão linda que é a da infância.
Sempre que desacredito na vida é para ele que corro, nada de amigos ou parentes, minhas perdas e dores, amores e alegrias, foram todas acompanhadas pelo principezinho. Sei de cor cada trecho desse livro, da raposa e dos ensinamentos sobre amizade aos cabelos dourados. Dentre todas as viagens, a que fiz junto ao pequeno príncipe sempre ocupará o lugar mais bonito em minha mente. 
Cresci e já estou quase na fase adulta, mas o principezinho continua a lembrar-me de nunca perder a magia. Não sei se um dia poderei usufruir da beleza de ser mãe, mas se eu puder, a primeira coisa que lhe comprarei será O Pequeno Príncipe, esperando que, como eu, ele também aprenda a amar o barulho do vento no trigo. 






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