Ele era a única droga que eu realmente tinha dependência.
Eu poderia ir embora nesse exato momento e isso não parecia ser má ideia.
Junto com as lágrimas a chuva começou a cair, molhando ainda mais minha face. Então elas se uniram e formaram uma valsa.
Durante todos os meses que ele se manteve ausente uma voz dentro de mim gritava por sua presença e eu me esforçava para silenciá - la, havia funcionado - até agora. Tentar manter esses gritos presos dentro de mim era como entrar em uma guerra derrotada. Não fazia sentido. Era forte demais e era tarde demais, ele já vivia dentro de mim e eu me recusava a matá-lo novamente, não tinha forças e não desejava isso.
-Feche os olhos e me beije.
Foram as únicas palavras que, meio atropeladas, saíram pela minha garganta. E embora poucas, já eram suficientes, pelo menos por essa noite.

Um comentário:
lindo post. amei o blog! seguindo \0
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