-Você lutaria comigo?
-Acha que tenho medo?
-Você teve medo a vida toda. Por mais que se esconda atrás dessa máscara de durona, você é tão sensível quanto um bebê.
-Tem certeza de que sou eu que tenho medo?
-Eu tenho medo, porque o medo faz parte da nossa história desde o inicio e vai fazer até o final. O problema é que tu tens medo porque sabe que se entrarmos nesse trem deixaremos uma vida pra trás, e isso vai doer e causar feridas.
-Eu não tenho medo da dor nem das feridas.
-Mas tem medo do sangue que vai sair delas.
-Eu...Sou a pessoa que mais sofre, por isso o medo.
-Não seja estúpida, eu estaria disposto a dar a minha vida por você, quando você tem medo de ir embora. Você mudou muito enquanto estive fora, e eu não entendo porque.
-Talvez eu tenha me acostumado a viver com a tua ausência e percebi que não posso jogar tudo fora.
-Mas o nosso amor pode jogar fora?
-Eu não quis dizer isso, esse amor é tudo pra mim, você é tudo pra mim. O fato de eu ter me acostumado com a sua ausência não quer dizer que eu consiga viver sem você, você sabe que não pode me deixar.
-Eu não te deixaria, eu lutaria por você até que a última gota de vida saísse do meu corpo, e mesmo assim não desistiria. Mas você está destruindo o que eu aprendi a amar, mesmo que eu saiba que faz parte da sua natureza amar e odiar ao mesmo tempo.
-Maldito sangue que corre em minhas veias!
-Não é o sangue, é você.
-Você quer que eu lute contra eu mesma?
-Não, só contra o seu coração. Aprenda a usa-lo!
-Você tem razão, sou vazia, você sempre esteve certo. Entre no trem, fuja, salve-se, antes que nada mais possa ser feito.
-Então você prefere morrer?
-É o que eu mereço.
-Então eu ficarei também.
-Nesse caso prefere morrer também?
-Desde que seja junto com você, por mim tudo bem.
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