Naquela manhã, andando de mãos dados, como há muito tempo atrás, vimos um casal de velhinhos. Eles sorriram, como se nós, naquele momento, representássemos o seu passado. Nós sorrimos para eles, e então eu quis aquele exato futuro. Ventava frio e isso fazia com que o cheiro da pele dele viesse a mim, folhas secas estalavam com os nossos passos. Passos lentos, era como se naquele momento tudo fosse esquecido, como se não quiséssemos mais nos separar. Até o silêncio dele me agradava, nem o fato de o passado nos impedir de olhar nos olhos um do outro, sem sentirmos culpa ou vergonha, não me incomodava, era como se a nossa frente existisse um espelho, e nele pudéssemos analisar um ao outro, pudéssemos ver as mudanças e tudo que havia acontecido até nosso reencontro. Decepção ou alívio, dádiva ou maldição, éramos os mesmos, não importa o quanto havíamos mudado ou quanto ainda mudaríamos, no fundo, seriamos iguais ao dia em que nos conhecemos, para sempre. E isso ninguém poderia mudar.
Por mim e Renan :)
Por mim e Renan :)
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