quarta-feira, novembro 16, 2011

Orgulho.



       
Fato. A vida é realmente feita de saudades, embalada por uma melodia que envolve lágrimas, risos perdidos e uma alegria amarga. Outra mistura heterogênea.
      Digo isso porque aperta o coração quando a tarde cai e o vento começa a bater na cara lembrando que vai ser um fim de dia vazio. Sem agudos, sem dó, ré, mi, sem canção alguma. Sem composições que contavam a história.
       Suspiro. 
Puxo o ar com toda a força e choro, não sabendo bem o que as lágrimas significam, mas tudo que alivia é bem-vindo.
       A cada ano tenho mais certeza sobre setembro que mistura o fim das geadas com o surgimento das flores. Um mês contraditório e nostálgico. O início da primavera sempre trouxe consigo o fim das coisas boas da vida, consequentemente, muita dor; assim, a estação que no enredo devia ser a mais linda do ano, torna-se a mais insuportável.
     Agora nada se perdeu, nem findou. Contudo, tenho tido dias benzidos de saudade e noites repletas de pesadelos. Se for verdade que sonhamos com o que gostaríamos que fosse a nossa realidade, assusto-me os meus desejos, mas mesmo assim a aceitaria dizendo muito obrigada e passaria o resto dos dias dentro da minha mente.
    É complicado.  
                    Tento ser calculista, fria, indiferente, mas é tudo confusão. Puta merda! Odeio dizer, mas maldito dia em que isso aconteceu. Não tem como esquecer, dói, sangra, te impede de viver em alguns momentos e te digo uma coisa: saber que alguém te amou é a melhor coisa do mundo.
     Já foram vividas tantas histórias - bonitas, marcantes, intensas - mas não tem como substituir lembranças, abraços. Outro problema é que saudade não dá pra reviver, o que a compõe morreu, e se revivêssemos, seria a mesma coisa? Quando dizem “O tempo é algo que não volta atrás” é a mais pura verdade, só que bem mais profundo. Pode ser o mesmo lugar, as mesmas palavras, mas tudo muda, desde ideias até cor da pele, por que não? O Sol está lá fora brilhando, queimando, bronzeando.

     Aliás, pode até ser que vejamos outro pôr do Sol e que eu queira mais e mais disso, mas como? Talvez se eu não tivesse tomado esse rumo... Talvez...

    Não se aprende a amar ninguém, podem me dizer o contrário, mas descreio e nomeio isso de costume, de gostar, mas amor? Não. Amor é o que fica, é o que, mesmo não sendo mais a mesma pessoa que segura tua mão ou que te beija, pode até fingir que não se importa, mas quando olha, ah! Demonstra o mesmo que demonstrou quando ainda era um adolescente. 
     Sinto como se fosse uma parte de mim... mas nada disso vai resolver, e sabe por quê? Porque orgulho pesa. 

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