Fato. A vida é realmente feita de saudades, embalada por uma melodia que envolve lágrimas, risos perdidos e uma alegria amarga. Outra mistura heterogênea.
Digo
isso porque aperta o coração quando a tarde cai e o vento começa a bater na
cara lembrando que vai ser um fim de dia vazio. Sem agudos, sem dó, ré, mi, sem
canção alguma. Sem composições que contavam a história.
Suspiro.
Puxo o ar com toda a força e choro, não sabendo bem o que as lágrimas significam, mas tudo que alivia é bem-vindo.
Puxo o ar com toda a força e choro, não sabendo bem o que as lágrimas significam, mas tudo que alivia é bem-vindo.
A cada ano tenho mais certeza sobre setembro que mistura o fim das geadas com
o surgimento das flores. Um mês contraditório e nostálgico. O início da primavera
sempre trouxe consigo o fim das coisas boas da vida, consequentemente, muita
dor; assim, a estação que no enredo devia ser a mais linda do ano, torna-se a mais
insuportável.
Agora nada se
perdeu, nem findou. Contudo, tenho tido dias benzidos de saudade e noites
repletas de pesadelos. Se for verdade que sonhamos com o que gostaríamos que
fosse a nossa realidade, assusto-me os meus desejos, mas mesmo assim a aceitaria dizendo muito obrigada e passaria o resto dos dias dentro da minha
mente.
É complicado.
Tento ser calculista, fria, indiferente, mas é tudo confusão. Puta merda! Odeio
dizer, mas maldito dia em que isso aconteceu. Não tem como esquecer, dói,
sangra, te impede de viver em alguns momentos e te digo uma coisa: saber que
alguém te amou é a melhor coisa do mundo.
Já foram vividas
tantas histórias - bonitas, marcantes, intensas - mas não tem como substituir
lembranças, abraços. Outro problema é que saudade não dá pra reviver, o que a
compõe morreu, e se revivêssemos, seria a mesma coisa? Quando dizem “O tempo é algo que não volta atrás” é a mais pura verdade, só que bem mais profundo. Pode ser o mesmo lugar, as
mesmas palavras, mas tudo muda, desde ideias até cor da pele, por que não? O
Sol está lá fora brilhando, queimando, bronzeando.
Aliás, pode até ser que vejamos outro pôr do Sol e que eu queira mais e
mais disso, mas como? Talvez se eu não tivesse tomado esse rumo... Talvez...
Não se
aprende a amar ninguém, podem me dizer o contrário, mas descreio e nomeio isso
de costume, de gostar, mas amor? Não. Amor é o que fica, é o que, mesmo não
sendo mais a mesma pessoa que segura tua mão ou que te beija, pode até fingir que
não se importa, mas quando olha, ah! Demonstra o mesmo que demonstrou quando
ainda era um adolescente.
Sinto como se fosse uma parte de mim... mas nada disso vai resolver, e sabe
por quê? Porque orgulho pesa.
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