sábado, março 05, 2011

Saudade, no vazio dos meus dias.



Certo dia, deparei-me com um dilema bem na minha frente: passado. Coisa bem difícil hein! Ver algo que tu já deixaste pra trás, fazer parte do teu presente e de muitos dias que ainda estarão por vim. Não sei se dor seria uma palavra certa, no entanto, desespero cairia muito bem.
Eu não queria sentir saudade disso, mas acabei por sentir, muito menos que ela viesse a transcender minhas forças e acabasse escorrendo pelo rosto. Ruim não é o que dói, mas o que faz doer.  Esse fim, onde não demos adeus, só partimos, sem uma palavra, em silêncio, como se não tivéssemos feito parte um do outro, vez ou outra, ao ponto de nos considerarmos uma pessoa só. É tanto amor indo pelo ralo, um desperdício tão ordinário de emoção e sentimentos que me recuso a dizer uma palavra e sigo nesse silêncio que tortura e sucumbi.
Tu caminhas cego nessa ideia de crer só no que pode sentir com essas tuas mãos, mas amor não é palpável e quando duvidas do que sinto, é como se duvidasses que precisasse respirar.
Choro e assumo, porque não vale à pena esconder quando é por algo bonito. E pode soar estranho, mas de certa forma, falo do meu passado bonito. Passado? Sim, porque o que restou é tão pouco que se diluirá na primeira curva. Tu sabes, a estrada não é sempre reta, algo do tipo “siga em frente” e nem há placas indicando em qual esquina dobrar. Existem desvios que nos fazem dar alguns passos para trás.
Vi minha alegria indo embora de mãos dadas com outra ocupando o lugar que era meu e representando o papel que me caia tão bem. Ah! Meu Deus, como mergulhei de cara nessa personagem! Como sofri, como sorri e agora que eu ia ser o centro dos olhares do teatro, chegaste outra para ser feliz no meu lugar.
Finalmente aceitei que coisas boas não são feitas para durar ou talvez não tenha se estendido por mais dias pelo fato de sermos personagens de um romance qualquer, irreal. Ou talvez porque não queríamos mais entraves, queríamos ser livres.
Talvez, o tempo me ajude a descobrir, enquanto isso, saudade. Sempre.  

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