E os anos se passaram e tudo o que acontecia eram coincidências de estarmos no mesmo lugar; sabíamos que esses encontros não eram provocados pelo destino, mas sim por nós que carregávamos por longos dias a ânsia de juntar nossas almas novamente. Nós, pessoas tão erradas, mas que juntasse tornavam-se um pouco melhores.
Dávamos bom dia e nesses bons dias escondiam-se "eu te amo". Incógnitos, abstratos.
Éramos-quem sabe-como a chuva, que sempre avisa, mas nem sempre cai. Deixávamos bem claro que nos amávamos, mesmo até quando queríamos ocultar por orgulho, porém o amor sempre dava um jeito de evaporar ou de virar lágrimas. Deixávamos bem claro, e sempre desviávamos do caminho. Teimosia, cabeça dura mesmo. Sabíamos que isso machucava, mas cada dia dava mais a cara para o outro bater. E a gente batia forte, com raiva, sem pena. Batia até sangrar, até pedir que parasse. Entretanto, nenhum de nós parava.
Certa vez, bati tanto que doeu em mim. Sem força nenhuma, deixei que ele batesse até não sentir mais os braços. E ele bateu. Com a força de um tigre machucado, sangrando e com ódio. Essa era a fórmula certa que um dia viria a nos matar. Mas isso nunca aconteceu, até porque de alma não tínhamos mais nada. Só corpo e esse viriam a apodrecer. O que era eterno de verdade estava quase sepultado.
Juntos, chegamos a conclusão que sim! Isso era amor, conquanto era mais ódio. Uma espécie de vingança pelo que já havíamos causado -uma guerra perdida.
Desejávamos um ao outro, mas não queríamos mais bater. Porque bater cansa e quem apanha não vai querer que isso seja a toa e, de certa forma, era.
E foi assim que dissemos adeus.
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