terça-feira, fevereiro 01, 2011

27 de julho de 2009

Mais um dia nascendo e mais uma vez eu não sabia o que poderia esperar que ele me trouxesse, até porque na verdade não espero que venha algo além de mais lágrimas. O sol ainda não começou a nascer, então a manhã está ainda mais gélida do que as anteriores, embora cada dia pareça mais frio ainda para mim.
O sono não veio e por isso comecei a escutar música, o que foi como um tiro no pé. Começou a tocar Don't Speak e veio-me à imagem dele na cabeça e percebi que ainda não havia pensado nele. Senti-me como uma vitoriosa depois de uma guerra qualquer. Lembranças começaram a surgir, vagas, mas visíveis. Estávamos em algum lugar calmo e lindo, sentindo a brisa que vinha do mar. Ele sorrira para mim e eu retribuo. Lembrei do quanto isso era bom. Mas a música acabou e as lembranças se perderam, o buraco horrível no peito voltou.Tomei coragem de enfrentar o frio e levantei. Acendi a luz e ela me incomodou um pouco, eu havia passado a odiar luz, o sol ou qualquer tipo de claridade. Algo dentro de mim disse para ligar o computador, mas o que eu poderia encontrar lá a essa hora da manhã? Nada, e foi exatamente o que encontrei. Quero dizer nada além de atualizações, fotos felizes e depoimentos com promessas e juras de amor. Uma grande droga, pensei. A felicidade deles me incomodava já que eu havia perdido a minha e não tinha chance alguma de tê-la de volta. Parei, olhe para as minhas mãos e me assustei com o quanto elas estavam horríveis. Olhei ao redor e vi meu quarto mais bagunçado do que qualquer outro dia. Não se via chão, só livros e papéis. Costumava ler mais de um ao mesmo tempo e misturava as histórias, o que resultava em algo como: "E agora Harry olhou pela torre da Grifinória e viu Aslam.”.Nem meu espelho mais estava na parede. Havia o tirado dias antes, porque não me reconhecia diante dele. Olhei no mural e tinha um espaço vazio enorme, onde costumavam ficar as nossas fotos, que nesse momento se encontravam no chão, em meio ao pó. Inconscientemente, lembrei de todas as tuas palavras, de tudo. De cada dia e cada respiração. E o buraco em meu coração voltou a doer. Só que dessa vez, duas vezes mais. 

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