Acordei, lutei contra o sono, deixei que a água gélida me banhasse,
tomei café, escovei os dentes e sai. Fui repetindo, passo por passo, que eu
iria ter o mesmo controle de dias atrás, que não era certo, que não devia, que
não podia, lutando contra a parte que dizia: "não pode, mas
quer". Isso me irritou,
metade de mim estava em fúria contra a outra metade. E isso doeu.
Era
uma guerra perdida, as duas partes se matariam. Mas olha só, como todo dia, foi a mesma coisa. E pela primeira vez, parecia que morrer valeria à pena. Não por
não querer mais viver, mas pela intensidade que ele me causava. Pelo arrepio.
Pelos limites que eu ia quebrando aos poucos. Morreria pelo fato do meu coração
disparar ao ponto de querer pular para fora do peito. E, se realmente for
errado, pois bem, não quero ser certa.
De um lado a razão, de outro o desejo, e
eu bem tentei, mas não consegui. Talvez no fundo eu nem quisesse, queria mesmo
era você, com todos os defeitos de demônio. Sempre foi muito difícil separar razão de emoção. Só sei que não é amor, sei que é quente, que tem gosto
de mel, cheiro de café e às vezes queima. E que é inútil tentar me manter
longe de quem eu quero, ardentemente.
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