Então como em todas as outras manhãs, eu te vejo. E me apaixono. Como ocorre nos últimos três anos. Três longos anos em que, ás vezes, invento uma desculpa qualquer e te ligo de noite, só pra ouvir sua voz ou pra saber se você não têm nada mais chato para fazer e se num toque de sorte, pudesse vir me ver.
O ruim é saber que você ignora o fato de eu estar sempre disposta a começar de novo, a tomar aquele café, a te dar aquele abraço. É saber que só lembras que te amo quando te dói o vazio no peito ou quando a tua vida medíocre fica insuportável e me vês como uma bengala em que pode se apoiar até achar alguém melhor e depois esquecer em um canto, sabendo que jamais sairei de onde me deixaste.
E eu nunca vou entender, porque depois de tudo eu ainda aceito ser apenas aquela que te salva.
Eu só sei que agora eu vou deitar na minha cama, ou nossa cama, como prefere chamar, e dizer pela milésima vez que não vou correr atrás, que vou deixar este orgulho besta ser maior que eu, que vou o engolir, mesmo sabendo que vai chegar uma hora em que sentirei muito a tua falta, e ele, como um ato de desespero, irá sair expulsado de dentro de mim. Um vômito de orgulho, se assim preferir.
E quando isso acontecer, irei dar um jeito de te encontrar, caso tu ainda não tenha vindo até mim com uma desculpa esfarrapa que eu, irracionalmente, irei aceitar e irei te deixar me amar. Caso contrário irei te ligar a cobrar, como sempre faço, implorando por um toque, algo que faça a minha pele arrepiar.
E irei fazer isso, não por ser idiota, infantil ou por não me dar valor, farei isso porque você faz com que eu veja algum significado na vida, algo parecido. E antes que eu me esqueça, quero dizer-te que me faz bem te amar, apesar de toda dor.
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